segunda-feira, 7 de maio de 2012

Pais abandonam os filhos para se divertir?



O Jornal Novo Horizonte da edição de 21 a 27 de abril publicou uma matéria no caderno Cidades intitulada “Crianças abandonadas por pais festeiros”. Em seguida, vem a linha de apoio (subtítulo que complementa a informação do título) “A irresponsabilidade dos pais é tamanha que na maioria das vezes, a casa não oferece segurança às crianças”. O modo como a informação foi construída evidencia em demasia a opinião do repórter.
“Não opine em matérias informativas, use os fatos, eles são mais convincentes” (LAGE 2006 p 74). Como se percebe, esse critério não foi utilizado no processo de construção da notícia. Outro fator que não pode deixar de faltar nessa análise é o modo de construção do sentido da frase. A casa não oferece segurança às crianças? O foco seria a falta de responsabilidade dos pais, a casa não tem nada haver com o contexto da notícia. Ficaria melhor a frase: Alguns pais vão a festas e deixam os filhos sozinhos em casa. A falta de clareza do repórter prejudica a informação, sem contar a generalização que ele faz quando fala “pais festeiros”. Será que todos os pais que saem à noite deixam seus filhos sozinhos? LAGE (2006) ressalta em seu livro Linguagem Jornalística que se deve evitar generalizações pessoais e de classes sociais.
O repórter faz uma abordagem pouco aprofundada. Fala que são dezenas as denúncias de pais que deixam seus filhos sozinhos em casa para curtirem uma balada. Porém, em nenhum momento ele apresenta dados comprovados, como o número de denúncias, por exemplo. A única coisa mostrada em relação a isso é que a “maioria” das acusações são feitas por vizinhos incomodados. Por que ele não cita nenhuma estatística? Ou melhor, produza “[...] tabelas cronogramas, estatísticas quadros e outros recursos gráficos que auxiliam o leitor, a comparar e contextualizar as informações” (MOTTA, 2008 p 36). Na sequencia da notícia o autor ressalta as visitas feitas pelos conselheiros Marcos Azevêdo e Nilciara Barbosa e em nenhum momento menciona o local das vistorias. Não é importante para a informação falar onde se incide o maior número de pais que deixam seus filhos sozinhos? E os conselheiros não falaram nada de interessante para complementar a informação? A única fonte utilizada foi alguém que não quis se identificar. As fontes são sempre faladas em terceira pessoa “Contam que numa das residências” Quem conta? Os conselheiros, os moradores, a fonte anônima? Isso não está explícito no texto o que dificulta a compreensão do leitor.
O tema da notícia é importante, mas o modo como ela foi tratada deixa claro a falta de informação e de dados. Seria interessante se o veículo fizesse um comparativo com estatísticas de anos anteriores em relação ao descaso dos pais com os filhos. Será que o número aumentou, diminuiu? Por que é importante essa informação?
As redundâncias foram pouco importantes perto da falta de clareza e da parcialidade do autor da matéria. O papel social do jornalista de levar a informação da melhor forma possível ao seu leitor não foi alcançado. Notícias como essa são exemplos claros de falta de apuração, algo fundamental à profissão de repórter.

Evelyn Pessoa

10 comentários:

  1. la vai vcs implicarem com o repórter. Eu li a notícia e não achei nada demais!

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  2. Muita má fé ler esse texto com tantas evidências de equívocos e continuar dizendo que o texto do repórter está bom. Crítica de mídia não é iplicância é trabalho sério dessa galera.

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  3. uii ja veio um se doer. O CERTO É IMPLICÂNCIA!!! ESSA BRIGA TA DECLARADA, SEMPRE QUE ESSE GRUPO PODE SE DIRIGE AO JORNAL DESSA MANEIRA.

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  4. Enquanto esse "jornal" se intitular profissional e publicar asneiras como essa, é melhor que alguém os traga para a realidade...

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  5. Seria interessante as pessoas que opinam aqui revelarem quem são. Tantos anônimos dão a ideia de que todos são a mesma pessoa que não sabe de que lado está.

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  6. Apoio seu comentário Júnior Mesquita! Se todos os anônimos que publicaram no blog até hoje tivessem a mesma iniciativa que você teve, com certeza as discussões seriam mais produtivas.

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  7. Ain vocês são todos suspeitos ppra expressar opiniões. São todos de comunicação. Se eu falo isso é por que sei

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  8. Suspeitos por serem de comunicação?
    Universitário agora é suspeito?
    Querer saber um pouqiunho estudando é ruim??

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  9. humm....creio que tanto o trabalho de profissionais da comunicação como de universitarios,merece um pouco de analise preparatoria.....ate por que quem nao tem um senso critico que convença nao tem direito nenhum de ficar debochando do trabalho de pessoais profissionais......

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  10. Verdade, e quem não tem senso crítico não deve defender profissionais que veiculam noticias sem pé nem cabeça como essa kkkkkkkkkkkkkkk #Moranguinhoo eu *-*

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