sábado, 21 de janeiro de 2012

Cadê o vigia?


“A notícia é a matéria-prima do jornalismo, o centro de gravidade do jornal, da mídia em geral, a base de tudo quanto é publicado. Em sua busca, concentra-se o esforço da redação. Ela determina o ritmo de trabalho, impõe horários, comanda a vida”  Luiz Amaral

A edição de n° 912 do Jornal Novo Horizonte trouxe uma notícia intitulada “Secretaria de Saúde é arrombada e vigia afirma que não viu nada”. Segundo Sousa (2001), um bom título acrescenta valor a uma peça jornalística. Os títulos devem ser informativos, sintetizando o núcleo duro da informação numa frase curta, forte e sedutora.
O título sintetiza o conteúdo da matéria, mas ao longo do texto, o autor não cita mais o vigia, nem dá espaço para a fala do servidor, ele é citado apenas na manchete. E por se ter dado tanta ênfase a ele no título, infere-se que ao longo da notícia ele fosse aparecer dando seu depoimento. Contudo, a única fonte da matéria é o secretário de saúde do município, é ele quem fala o que o vigia supostamente teria dito.
Quem garante aos leitores desse jornal, que o vigia falou isso mesmo? Não foi dada a ele a oportunidade de falar, o que validaria esta informação. De novo, este periódico utiliza em suas matérias somente as falas de fontes oficiais.
Sousa (2001), afirma: “Quando se trata de situações que envolvem interesses de várias partes, as fontes devem ser sempre contrastadas, mesmo que a resposta a publicar seja que a entidade se recusou a prestar declarações. Também se deve fazer contrastação de fontes por rotina”.
Este acontecimento teve muita repercussão em Parintins, o jornalista deveria ter ouvido várias versões e várias pessoas, para contrastar as informações. Foi uma matéria superficial, pois poderia ter sido mais explorada. A matéria também teve pouco destaque no jornal, sendo que o espaço destinado para ela, não ocupa mais da metade de uma página do Novo Horizonte.

Yasmin Cardoso

Referências:
AMARAL, Luiz. Jornalismo: matéria de primeira página. 6. Ed. Atual e aumentada- Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro 2008.
SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de jornalismo impresso. Porto: Universidade Fernando Pessoa, 2001.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Porque não, oras!


A edição de 24 a 30 de Dezembro do Jornal Novo Horizonte trouxe, na seção Cidade, a notícia intitulada “Situação e oposição concordam em 30% no remanejamento”. A matéria trata do remanejamento do orçamento municipal para o ano de 2012, no qual a bancada da situação pedia 40% e a oposição preferia 20%. Ao final, o reajuste ficou em 30%, meio termo entre as duas bancadas.
O que chama atenção na notícia é o fundamento apresentado no jornal para que a oposição não aceitasse os 40% de reajuste, que diz assim: “Para a oposição isso significou uma vitória, porque não permitiu o valor apresentado pelo prefeito”. Com isso, e por algum motivo, o jornal não mostrou (ou mesmo coletou) dos vereadores da oposição, algum fundamento para a negação da proposta da base aliada à prefeitura.

Helder Mourão

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sensacionalismo ou desconhecimento?




Na edição de número dois, de 22 de dezembro de 2011, o jornal Gazeta Parintins trouxe uma notícia intitulada “Imprudência gera mais vítimas”, que relata um acidente de trânsito que deixou um jovem com a perna esquerda fraturada e escoriações por todo o corpo.
Contudo, o que chama atenção na notícia é a foto utilizada, pois trata-se de uma imagem da vítima no leito do hospital. Uma foto um tanto impactante para atrair a atenção do leitor.
Outra edição analisada foi a de número três, 26 de dezembro, que traz como manchete a notícia “Jovem esfaqueado no rosto escapa da morte”. Mas o que chama atenção do leitor nesta matéria também é a imagem utilizada, pois, mais uma vez o jornal utilizou uma foto inadequada, ou seja, mostra uma foto bem de perto da vítima com os pontos no rosto. Ainda na capa mostra também uma radiografia do crânio com a faca cravada.
Além dessas imagens na capa, na notícia sobre o acontecimento intitulada “Serralheiro escapa da morte”, o jornal apresenta também uma foto da vítima Joelson Silva e Silva no leito do hospital.
As imagens despertam atenção imediata e provoca impacto nas pessoas, mas o difícil é encontrar um sentido jornalístico para estas fotos, pois o que fica perceptível é o sensacionalismo e a espetacularização das vítimas estampadas para impressionar o público.
Recomenda-se ao jornal que não utilize imagens sensacionalistas e que espetacularizem os cidadãos, pois se deve levar em consideração a conservação da imagem dessas pessoas que sofrem algum tipo de agressão e que, muitas vezes, acabam indo parar nas capas de jornais como atrativos para o público.

Hanne Caldas

Uma ressalva

Na edição número três, do dia 26 de dezembro de 2011, o jornal Gazeta Parintins trouxe na página 03, uma reportagem intitulada “Procura do pescado diminui nas feiras”.
A reportagem explica a queda na venda e nos preços dos peixes durante a época natalina, e também sobre os peixes que são vendidos nessa época, quem são as pessoas que procuram, a falta de um local adequado para a venda do pescado, higiene etc.
Além disso, a reportagem traz também uma foto da feira de pescado que fica localizada próxima à ponte do bairro Paulo Corrêa, seguida com a legenda “Joselito levou proposta à Brasília”, isto é, a legenda não condiz em nada com a foto, pois se trata da legenda da foto da edição anterior, que era a notícia “Moção criada por parintinense encaminhada à presidente Dilma”.
Portanto, fica a dica: é sempre importante fazer uma boa revisão de todo o jornal antes de enviar para impressão, para que não continue havendo esses pequenos desencontros de informações.

Hanne Caldas

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Seja bem-vindo!




Entra em circulação no município de Parintins mais um jornal impresso, chamado Gazeta Parintins, com produção de edições que saem duas vezes na semana, segunda e quinta-feira. O jornal é vendido por um preço acessível e começou a circular no dia 19 de dezembro de 2011.
Fazendo uma análise geral e ampla do veículo, é possível inferir que se trata de uma proposta que pretende trazer um diferencial para o público parintinense, pois analisando o editorial da primeira edição é possível encontrar traços dessa afirmativa.
O jornal cita que “...tem o objetivo principal de levar a você a informação e o dialogo de uma forma transparente com um olhar critico...”. Agora, só resta esperar as próximas edições e verificar este compromisso de diálogo transparente com olhar crítico, como o próprio jornal achou conveniente nesta colocação.
No trecho do terceiro parágrafo está: “Desejamos que você seja um colaborador de ideias, um porta-voz dos fatos...”. E também no quarto parágrafo: “Estamos aqui para servi-los da forma correta e verdadeira que um meio de comunicação pode oferecer a população...”. Ou seja, com estas palavras o leitor pode concluir que este jornal será um espaço diferente dos demais, em que realmente poderá ler conteúdos com cunho crítico e até mesmo escrever para o periódico com um olhar crítico sobre as questões que se apresentam na sociedade.
Neste sentido, oferecemos as boas vindas ao novo veículo impresso parintinense, que a proposta inicial possa conseguir alcançar seus objetivos e que realmente possa ser um ambiente democrático para toda a população a fim de torná-lo um espaço de emancipação, capaz de fornecer conhecimentos para todos os públicos.

Hanne Caldas