segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mocinho ou bandido?


"'Não cometi esses absurdos', diz João Pontes".  Esse é o título da matéria sobre o retorno de João Nascimento Pontes apresentado pelo Jornal Novo Horizonte na edição de 19 a 25 de novembro. O texto que deveria cumprir com o dever de informar o público sobre o ocorrido, traz um relato dramático do que viveu o parlamentar e sem muitas informações relevantes ao público.
  O lide (primeiro parágrafo do texto jornalístico que sintetiza o fato) informa que o vereador volta à Câmara Municipal de Parintins por determinação da Justiça. Este poderia ser o enfoque da matéria. No entanto apenas isso apresentado, o texto segue com o relato do que João Bacu, como é conhecido, viveu durante os 567 dias que esteve preso e a emoção que sentiu ao ser posto em liberdade.
A legenda da foto do vereador, que ilustra o texto, corresponde a uma fala do próprio parlamentar: "'Tudo suportei e não revidei a nada. Tinha a certeza e tenho que não cometi esses absurdos', disse João Bacu". A legenda assim como toda matéria induz o leitor a perceber o protagonista (João Bacu) como o mocinho da história, injustiçado e perseguido desde o começo da trama, mas que agora por ser paciente, acreditar na justiça e por esperar, é recompensado com a liberdade.
Na semana seguinte (edição do dia 26 e novembro a 02 de dezembro) o mesmo jornal trouxe a matéria: "Liberdade de João Pontes é equivocada, diz MP". Nesse caso o assunto é o pedido de revisão feito pelo Ministério Público (MP) em relação a decisão que pôs o vereador em liberdade. No texto o repórter esclarece de forma satisfatória sobre o andamento do processo e retoma fatos que ocorreram desde a prisão de João Bacu. A fonte apresentada é o promotor André Seffair.
A pergunta é: por que não abordar o assunto em um só texto? Quanto ao uso das fontes, porque foram tratadas separadamente? O público do jornal ganharia mais se existisse o comprometimento em confrontar as informações colhidas com as fontes. Percebe-se que cada matéria conta com apenas uma fonte, dando a entender que o informativo se preocupa mais com os interesses de quem está sendo retratado no texto do que com o que seria relevante ao leitor.

Lacrima

3 comentários:

  1. Legal de lembrar, também, que o Bacú não poderia estar solto por "vontade" do TRE, só o TSE poderia dar à ele a liberdade. Um "pequeno erro" que aconteceu e vem sendo escondido.
    Engraçado também, que o erro na cassação dele por quebra de decoro não foi revisto...como as cosas são efêmeras...

    ResponderExcluir
  2. Na verdade Isso é uma armação em cima dele! Ele não fez isso

    ResponderExcluir
  3. Fez ou não fez é uma vergonha a Política que rege o estado, se fez foi acusado justamente se não fez prq ser agredido dessa forma? Como existem pessoas que desejam se favorecer destruindo a imagem do outro?? Isso é política?? Mas vergonha é ver um "representante" envolvido em um lance desse, safadeza não faz parte de um bom Governo. Devemos analisar mais os princípios que regem a vida dos candidatos, ver quem são, o que fazem, como fazem, como vivem.... Tenho vergonha de muitos que estão ai, tenho vergonha de dizer que estes me representão no "poder". O fato é que até um homossexual envolvido nesse esquema de vender as meninas fugiu para o Pará e lá ele morreu. Certo ou errado nesse eu JAMAIS VOU VOTAR.

    ResponderExcluir