quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"Repeteco"


           A utilização de textos enviados por assessorias de imprensa é algo muito presente no dia-a-dia da imprensa parintinense. Isso ocorre devido a ligação existente entre os veículos com os órgãos públicos e políticos. Essa ligação se dá pela seguinte maneira: os governos municipal e estadual, juntamente com a câmara municipal, e diversos políticos, pagam aos jornais para que seus trabalhos sejam divulgados nos periódicos. Assim, esses meios publicam, sem qualquer alteração, textos mandados pelas assessorias de imprensa.
            Na última semana, notou-se a presença dessa prática em três jornais de Parintins (O Jornal da Ilha, Repórter Parintins, e Regional). Além desse problema, foi notado outro que pode ser considerado mais grave: a presença de textos e imagens idênticas em mais de um veículo.
            Com a matéria intitulada “Recomeça luta pelo aeroporto”, a edição do dia 28 de agosto do jornal Repórter Parintins mostra o “empenho” do deputado estadual Tony Medeiros (PSL) pela reabertura do aeroporto de Parintins. Já em O Jornal da Ilha, em sua edição da mesma semana, observa-se a mesma matéria, porém intitulada “Deputado Tony recomeça a luta total para reabertura do aeroporto de Parintins”. Além disso, vê-se que O Jornal da Ilha modificou a estrutura do texto, pois os intertítulos presentes na matéria do Repórter Parintins foram tiradas, além de que a estrutura dos parágrafos foram totalmente modificadas, mas sem mexer na sequência das palavras.
         Há ainda outros exemplos dessa prática. Na mesma edição do O Jornal da Ilha, citada anteriormente, na edição do dia 29 de agosto do jornal Regional, e na edição do dia 26 de agosto do jornal Popular, nota-se que foi publicada uma nota da assessoria de imprensa de Parintins, que fala sobre o problema das lixeiras viciadas. Como na análise feita anteriormente, nesse texto, a única coisa modificada foi o título. Além da repetição dos textos, percebeu-se nesses três jornais, que há a repetição das fotos.
            Esse problema observado demonstra que há pouca, ou nenhuma preocupação na revisão e publicação desses textos enviados pelas assessorias de imprensa, pois eles são publicados na íntegra, só tendo modificado o título. Com isso, fica uma dúvida: será que os jornais tem algum impedimento em fazer suas próprias matérias, deixando de lado os textos recebidos pelas assessorias?

Daniel Sicsú

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