terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mera coincidência

Primeiro quero que o leitor dê uma olhada nesses três recortes de jornais que circulam na cidade.


Notaram alguma coisa em comum?
Acho que esse fotógrafo ganhou uma nota com essa imagem, pois ela está presente nos três jornais. Parabéns ao...ao...peraê que vou dar uma olhada aqui no Regional, ah sim!! Ao Paulo Sicsú que tirou uma boa foto e ganhou uma nota, mas que foi ignorado pelo mundo jornalístico, pois apenas o Regional deu os devidos créditos a ele.
O mais interessante é que fui procurar se os jornais também só tinham usado uma única foto para mostrar os outros candidatos à presidência do Garantido, e adivinha!! Não usaram, na verdade não usaram nenhuma. Para ser mais específico nenhum dos outros candidatos foi mostrado, ainda mais com essa ênfase (vulgo campanha) nos demais periódicos.
Temos aqui então dois problemas e uma questão a ser ressaltada. O problema é o de vários jornais usarem a mesma foto para ilustrar suas notícias, sendo que se trata de uma foto comum e que não traz um elemento realmente único. E o pior, o de não por os créditos do fotógrafo, como se esta fosse de autoria do jornal, o que sabemos que não é, já que ela aparece nos três periódicos.
A questão ser ressaltada é que dificilmente isso foi um erro, pois os três jornais foram publicados em datas diferentes e é dever do jornalista e do jornal, de modo geral, estar atento a isso. Mais ainda, as três notícias são apologéticas, fazem campanha declarada a um candidato (o que ganhou a eleição).
Fica para o leitor perceber como é a corrida por um espaço no jornal, de forma que pensemos o crédito que você mesmo dá ao que lê e o impacto que isso tem para a sociedade.

Helder Mourão

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Experiência sexual não é critério para qualificar estupro!



“Jovens acusados de estupro ficarão presos por 45 dias”. Essa é uma das matérias principais do Jornal Da Ilha na edição do dia 14 de agosto de 2011. Apesar do destaque na capa do informativo, não foi dada a devida atenção ao assunto.
O texto, escrito em três parágrafos, apresenta erros ortográficos e termos repetitivos. A palavra “espançaram”, no segundo parágrafo, indica a falta de revisão. Além do uso excessivo da palavra “menor” que dificulta o esclarecimento de forma satisfatória ao leitor. No entanto, não são os erros técnicos que chamam atenção, o mais grave corresponde a um dos argumentos usados pelo repórter para indicar a seriedade do fato ocorrido.
O último parágrafo inicia com a frase: “Ela contou à polícia que ainda não tinha tido experiências sexuais...”. Então, quer dizer que se fosse diferente o crime teria menos relevância? Bem, trata-se de um estupro e é importante deixar claro que essa informação não torna o que aconteceu menos ou mais grave.
O texto tem como origem o Sistema Alvorada, o que pode explicar a utilização de tal argumento, devido questões ideológicas. Porém, a tentativa de qualificar o estupro em graus de gravidade reforça estereótipos machistas, cujo resultado pode ser a noção de que as garotas que já iniciaram a vida sexual sofrem menos – frente a um crime desse porte - do que as virgens.

Karine Nunes

A difícil pauta da segurança em Parintins



Na edição do dia 14 de agosto de 2011, o Jornal Repórter Parintins publicou uma reportagem intitulada “Caos na segurança pública”, tendo logo abaixo um subtítulo “Proteção: agora é cada um por si”. É o segundo que vem ser o motivo de nossa análise.
A notícia começa informando sobre a oferta do comércio local de produtos de segurança e do alto índice de venda de tais produtos nos últimos anos. Além disso, ressalta que não é qualquer um que pode usufruir de tal “proteção”, pois esses produtos têm um custo muito alto.
No quarto parágrafo entra a fala do professor da UFAM Gerson Albuquerque, que aponta para a questão da educação de qualidade, inclusão social, geração de emprego, ressaltando que esses setores seriam uma alternativa para diminuir a violência e a criminalidade.
 Percebe-se que a noticia tomou outro rumo, começa falando do aumento na compra de produtos de segurança e termina falando da educação. Evidente que os assuntos estão relacionados, mas, de alguma forma, poderiam ter maior credibilidade se estivessem sido tratados separadamente. O repórter poderia ter aprofundado um pouco mais na questão da tentativa de diminuir a violência em Parintins por meio de um planejamento que privilegiasse a prevenção ao invés da repressão, como cita o professor. Só esse tema já daria assunto suficiente para mais entrevistas e dados, o que ajudaria na reflexão do professor.
Houve o uso de apenas duas fontes sendo que a fala da segunda ocupou consideravelmente os três últimos parágrafos. Vale ressaltar que ao lado da noticia aparece a foto do delegado, que não foi citado em nenhum momento na noticia.
O jornal deveria atentar um pouco mais para tais falhas, e abordar um assunto como esse de extrema importância, que é segurança pública, de forma mais aprofundada, buscando ouvir outras fontes, abrindo espaço para outros pontos de vista, chegando assim a uma cobertura bem elaborada.

Tuanny Dutra 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Afinal, o que é isso tudo?



Na edição de 17 de agosto o jornal Plantão Popular publicou a seguinte notícia: “Rebanho bovino ganha novo status em relação à aftosa”. Reparem que o título diz “GANHA”, mas logo no começo da notícia esta escrito “Os pecuaristas de Parintins esperam com ansiedade a mudança no Status do rebanho local em relação à aftosa.”  O que apresenta uma contradição entre o título e o texto.
Adiante é dito que esse status será “elevado para médio risco”. Quero, antes de continuar, que o leitor pense no que vem à sua mente sobre o termo médio risco. Depois o jornal ainda diz que isso é uma elevação de status, supondo-se ser algo bom, ou não.
No final do segundo parágrafo está escrito o seguinte “Com a melhoria da classificação, os pecuaristas de Parintins poderão vender animais para outros estados sem restrições, como acontece atualmente.” Peraí!! Eles poderão vender animais para fora, ou isso já acontece? Como é possível haver uma contrição tão grande em tão pouco texto.
Afinal que status é esse e como funciona? E qual informação é de fato o que acontece? Nesse ponto o jornal trouxe praticamente duas notícias distintas em apenas um espaço, e não explicou NADA. Há apenas um monte de informações confusas.

Quem esta falando?
Adiante o texto põe uma avaliação do presidente da Associação dos Pecuaristas de Parintins, outro mistério que só é solucionado se o leitor já souber que é o presidente (ou se ele gostar de enigmas da língua portuguesa para sair buscando na leitura quem é este). O ultimo parágrafo inteiro é a fala de alguém também, mas quem? Novamente se você gosta de brincar com enigmas da língua portuguesa aí esta sua chance de brilhar, pois, além disso, os três últimos parágrafos da notícia (quase todo o texto) são inteiramente de falas das fontes, problema já exposto aqui nos textos da série “Fale e será notícia”.
Com isso o leitor consegue ler a notícia e não ser informado de nada, nem de quem esta falando...


Helder Mourão

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cadê a credibilidade?



Nas últimas semanas o Jornal da Amazônia, que é o informativo radiofônico do Sistema Alvorada de Comunicação, começou a fornecer aos ouvintes a meteorologia da cidade de Parintins. E sabe-se que o município não tem sistema meteorológico apto para dar informações precisas sobre a previsão do tempo.
O jornal informou que Parintins marcava 40º Celsius, o rádio deu esta informação e não citou de onde eles tiraram esse dado e a população recebeu esta notícia sem saber de onde foi extraída. Como saber ao certo? De onde os profissionais retiraram essa informação? 
Não cabe aos jornalistas deixar dúvidas aos seus receptores e, sim, esclarecer e apurar ao máximo todas as informações contidas em uma pauta. No jornalismo é de fundamental importância o uso das fontes para que o repórter possa ter subsídios para solidificar sua matéria.
   Segundo Jorge Pedro Sousa, um importante estudioso do Jornalismo, “a recolha de informações baseia-se na investigação. Obviamente, as informações não podem ser apenas recolhidas. Também devem ser verificadas e contrastadas, para serem, posteriormente, processadas”.
Sendo o rádio um dos veículos de maior audiência no município de Parintins esse erro não pode ser tolerado. O veículo não deve deixar a desejar quando se trata da escolha das fontes, da apuração das notícias e a edição das matérias.
O Jornal da Amazônia - que se intitula como “Jornalismo de maior credibilidade no rádio Amazonense” - deve finalmente assumir uma postura profissional e ter maior responsabilidade para com os seus receptores.

Yasmin Cardoso

Ensaio de boas-vindas!



Entra em circulação no município de Parintins mais um jornal impresso, chamado Parintins em Foco, com produção quinzenal e vendido por um preço acessível e diferenciado dos demais jornais da categoria.
Mas fazendo uma análise geral da produção jornalística do novo jornal, há pontos que chamam atenção do leitor, como é o caso do editorial da 1º edição e também os procedimentos que foram utilizados em algumas notícias.
Em relação ao editorial, o que mais chama atenção é a palavra juramento no trecho “Mas o que é a verdade? Os veículos e profissionais da comunicação cumprem esse juramento e compromisso?”. Quando se vê esse enunciado, relembra o juramento que o profissional de jornalismo faz no dia em que se forma, mas no modo como está posto mais parece uma jura sobre a bíblia e que se não for cumprida torna-se um ato pecaminoso. Eis a dúvida: será este mais um jornal cristão?
Além disso, o jornal ainda cita em seu editorial que ficará próximo da realidade e necessidades do povo. Agora, só resta esperar as próximas edições e verificar este juramento e compromisso, como o próprio jornal achou conveniente esta colocação.
Seguindo a análise, há ainda no corpus do jornal duas notícias que apresentam títulos entre aspas, em que neste caso significa a fala de alguém. A primeira notícia é “Câmara conhece a realidade da saúde” e a segunda “Faltou documento da empreiteira”, mas o que acontece é que durante toda a narrativa do texto da primeira notícia não é possível identificar de quem é a citação exposta no título. E outra, o título que está entre aspas, no mínimo, deveria estar identificando quem pronunciou esta fala.
Ainda na primeira notícia, aparece uma imagem que mostra o presidente da Câmara Municipal de Parintins (CMP), Juscelino Melo Manso, na qual está perceptível que a fotografia foi manipulada, ou seja, na imagem aparece ao lado de Juscelino o promotor André Seffair e outro indivíduo, mas para dar destaque somente a Juscelino, o jornal descoloriu os demais componentes da foto, dando destaque de cor somente ao presidente da CMP. Esta atitude foge às normas da prática jornalística, pois o jornal poderia ter identificado Juscelino na foto ou até mesmo ter tirado uma fotografia somente dele, já que a notícia são somente relatos de Manso sobre as condições precárias da saúde no Hospital Jofre Cohen.



Hanne Caldas

Olhando de longe!


Na edição de 20 a 26 de agosto o Jornal Novo Horizonte publicou uma notícia com o seguinte título, “Greve dos técnicos ameaça continuidade dos trabalhos na UFAM”.
Pra começar, ênfase toda da notícia se restringe aos problemas que a greve dos técnicos tem trazido aos serviços necessários para os acadêmicos e professores da UFAM sem buscar um entendimento mais aprofundado sobre o assunto. No geral, dando um enquadramento muito pessoal à greve, como se ela fosse de interesse único dos técnicos.
Como dito na notícia, mesmo os alunos já entraram em greve e há um indicativo para os professores a deflagrarem, mas que apoiam os técnicos, tudo de forma superficial sem que o leitor saiba realmente quais os problemas que se passam no instituto.
A abordagem que a notícia traz é muito longínqua da realidade, nenhuma fonte é citada, os representantes da greve e do apoio a esta não tiveram voz para explicar a necessidade da greve e muito menos fora dito o motivo real disso tudo, pois a greve apenas parou alguns serviços que já estão precários em função da falta de investimento do governo e mais ainda, do possível congelamento de salário por 10 anos.

Helder Mourão

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Desinformação no espaço de interação!

      Na edição nº 294, do dia 21 de agosto de 2011, o Jornal da Ilha publicou na editoria de Educação e Cultura, uma notícia intitulada “Escola Dom Gino lançou seu blog”.
      A notícia relata como foi a programação voltada ao dia do estudante que aconteceu na escola Dom Gino. E entre as atividades desenvolvidas, houve o lançamento do blog do estudante “Dom Gino”, como cita o próprio título.
       Durante todo o relato da notícia o autor mostra quais foram as atividades desenvolvidas com os alunos, aponta os criadores do blog e seus apoiadores, deixa claro quais são os objetivos do blog, cita quem estava presente no lançamento do produto, e conclui a notícia elogiando os alunos em relação ao orgulho destes pela escola.
      Como o público leitor vai poder acessar este espaço de interação? Faltou a  principal informação: o endereço do blog. Mas aqui vai uma dica à equipe do Jornal da Ilha: toda vez que for realizada uma notícia na qual o leitor precise se situar como, por exemplo, saber como chegar a determinado sítio online, é muito fácil: basta citar o endereço eletrônico.
       Portanto, para todos que interessarem-se em conhecer melhor o blog do estudante “Dom Gino”, é só acessar: http://blogdoestudantedomgino.blogspot.com/ . E boa leitura!

Hanne Caldas

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Muito texto e pouca informação

         Em sua primeira edição, publicada no mês de agosto, o Parintins em Foco, o mais novo jornal impresso do município, trouxe uma matéria com o título “Energia: nova ameaça aos vôos noturnos”.
         Em análise do texto da narrativa não se pode deixar de falar sobre a linguagem jornalística que é utilizada. Um dos princípios dessa linguagem são a clareza, a simplicidade e a brevidade. Nesse texto, a linguagem usada é muito técnica. Há termos usados que podem não ser reconhecidos pela maioria da população. É um texto redundante, pois enumera várias vezes o mesmo fenômeno. Outro fator a ser ressaltado é a correção gramatical, visto que ao longo do texto percebem-se vários erros de ortografia.
         “Lead é o parágrafo que lidera, orienta, que sugere e indica. É o parágrafo que introduz o tema do texto e dá o tom ao resto da narrativa, que faz com que o leitor logo no início do texto entenda o que vai ser falado ao longo da notícia” (SOUSA, 2001).
         O texto tem um lead muito confuso, pois não sintetiza para o leitor o assunto principal, que são os prejuízos que a falta de energia traz. Esse fato só será anunciado no final da notícia.
         A matéria também traz uma imagem que não condiz com o conteúdo, visto que o assunto principal é a falta de energia à noite e a foto foi feita durante o dia. A legenda “Aeronaves tiveram que arremeter voos por falta de energia” condiz menos ainda com a imagem. Milton Guran fala sobre isso: “a legenda deve suprir o leitor de informações não contidas ou não evidentes na imagem, para facilitar e ampliar a apreensão da mensagem, o que pressupõe uma leitura prévia e uma avaliação do potencial da foto” (1991, p.53).
         Cabe ao texto jornalístico esclarecer os fatos e não deixar dúvidas sobre os acontecimentos. É papel do jornalista buscar a veracidade dos casos para que os leitores se satisfaçam com a matéria.

Yasmin Cardoso

sábado, 20 de agosto de 2011

Presunto na TV

 
           Na edição do dia 11 de agosto do programa “Povo na TV” - que é veiculado na TV Record – podemos rever uma prática considerada muito comum nos jornais impressos de Parintins, que é a exibição de cadáveres sem qualquer discriminação. Enquanto isso, a edição do dia 10 de agosto do jornal “Plantão Popular” apresentou um enfoque totalmente inverso ao do programa “Povo na TV”.
            Nota-se essa diferença entre as abordagens a partir do momento em que se observa a foto da matéria dedicada ao caso no impresso, visto que a mesma não mostra os detalhes do corpo, apenas evidenciando o resgate da vítima. Além disso, a matéria focou-se mais em informar sobre o assassinato, tentando deixar as opiniões de lado.
            Ao contrário da postura tomada pelo “Plantão Popular”, o programa “Povo na TV” almejou a audiência como objetivo principal da matéria que abordava o homicídio, já que a equipe de reportagem preocupou-se sim em informar o telespectador sobre o que estava ocorrendo, mas pecaram no momento em que o cadáver foi mostrado abertamente. No início, não foi usado nenhum recurso técnico que encobrisse os detalhes do corpo. Apenas ao final da matéria é que eles foram utilizados, com o intuito de "respeitar" o público .
            Isso mostra que poucos cuidados foram tomados na edição da matéria, pois o conteúdo exibido era inadequado para o horário. Como o objetivo era alcançar uma audiência maior, não houve essa preocupação. Uma solução para esse problema seria a produção do programa pensar um pouco mais nos telespectadores, pois não são só adultos que compõe a audiência do programa, mas também existem crianças que o assistem. 

Lacrima

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Crime Organizado


A edição de 16 de agosto do Plantão Popular traz uma notícia aterrorizadora sobre um fato que ninguém esperava que pudesse chegar a Parintins.
Estampada como notícia principal do periódico, aparece a seguinte manchete: “Telo faz carreata pra ficar no comando vermelho”. Logo abaixo como subtítulo, também conhecida no jornalismo como linha de apoio ou linha fina, está escrito: “Gestão de Telo foi mostrada aos sócios através de vídeo no Ilha Verde”.
Para quem não sabe o Comando Vermelho é o nome de uma organização criminosa brasileira que foi criada em 1979 na prisão Cândido Mendes, na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, como um conjunto de presos comuns e presos políticos membros da Falange Vermelha, dentre eles há nomes conhecidos como Fernandinho Beira-mar e Elias Maluco.
Enfim, com a brincadeira no título da matéria, poderia ter se criado uma confusão enorme, e inclusive processo, caso o candidato do Garantido se sentisse prejudicado. Tudo isso por um descuido na hora de apurar as informações e mais ainda, do não conhecimento de algo que faz parte da história recente do Brasil. Não estamos falando de algo distante, mas de algo próximo, um erro que não deveria ter ocorrido.
Para concertar o equívoco, apenas uma palavra de duas letras resolveria, ficando assim a manchete: “Telo faz carreata pra ficar no comando do vermelho”. Simples e prático, sem causar nenhuma confusão.
Para quem não acredita que esse simples erro poderia causar uma grande confusão, procurem assuntos sobre a credibilidade da mídia, em especial o caso da Guerra dosMundos, e observem como a informação jornalística tem poder.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Na superfície da política



            A edição do dia 9 de agosto de 2011, do jornal Plantão Popular, mostra um problema muito presente na mídia parintinense: a falta de aprofundamento das abordagens feitas nas matérias. Percebe-se isso em todos os textos do suplemento extra que o jornal trouxe, pois eles se baseiam muito em constatações, deixando a documentação da apuração de lado.
            A superficialidade fica evidente no texto “Legisladores que não Legislam?”. Nota-se que o foco principal é mostrar: quem faz, e quem não faz projeto ou requerimentos. Portanto, a matéria (que reporta um tema pertinente) fica enfadonha, pois não se evidencia outros trabalhos feitos pelos vereadores, fazendo com que se crie uma imagem de que eles não fazem nada em favor do povo.
            Além de querer separar o joio do trigo, a matéria esquece de aprofundar a discussão sobre o sistema político, visto que é mais evidenciado o trabalho feito pelos legisladores, do que a explicação à população de como funciona toda essa estrutura que existe na política brasileira.
            Outros problemas são encontrados nessa edição. As matérias não são assinadas, gerando certa desconfiança do leitor, pois o mesmo pode deduzir que esses textos podem ter sidos retirados da internet. Além disso, percebe-se que as imagens foram retiradas da rede e não recebem crédito.
            Apesar de todos os reveses, o texto tem algo a ser louvado: a criação de um olhar crítico dos leitores quando o assunto é política. Isso mostra que o veículo, além de informar, busca incutir no seu público um debate sobre a política, visto que o suplemento torna esse assunto um tema digno de reflexão.

Daniel Sicsú

Gourmet de Hino


Uma pitada de melodia, uma colher de letras bonitas, rima a gosto e um tempero da marca Bom Autor. Aguarde três minutos e retire o hino da forma. Receita leve e prática. Alimento para todo cidadão. Na mesa, cuidadosamente preparada pelo Garçom, um folhetim acompanha a refeição.
A Câmara Municipal aprovou requerimento sobre concurso público para escolha do hino de Parintins. Enquanto se espera o veredicto do Prefeito Municipal, os veículos de comunicação noticiam o fato. Mas qual o discurso sobre a escolha do hino oficial de Parintins é fermentado pela mídia local?


Confira aqui a análise completa de Sue Anne Cursino sobre a polêmica envolvendo o Hino de Parintins.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Papagaios na fogueira


A edição do dia 9 de agosto, terça-feira, do jornal Plantão Popular e a edição de nº 891 do Jornal Novo Horizonte trouxeram em seu conteúdo assuntos relacionados à brincadeira do papagaio de papel, visto que é um problema que tem ganhado grande destaque no município de Parintins.
O Plantão Popular publicou na sessão EM PAUTA uma nota chamada “Papagaios” na qual trata de modo superficial o problema do papagaio de papel. Este é um assunto polêmico no município e deveria ter sido mais destacado pelo jornal. Outro fato importante é a abordagem do jornal em relação à polícia, que apreendeu papagaios de papel, sem expor o grande problema que é o cerol passado na linha. Já o jornal Novo Horizonte noticiou a matéria “Cerol boliviano é investigado pela polícia”, sobre alguns acidentes que ocorreram no município, e relata um acidente ocorrido com um homem do qual eles não especificam informação concreta, fazendo com o que o leitor fique confuso ao ler a matéria. Não se sabe quando ocorreu o incidente, nem quais providências a polícia tomou.
Vale ressaltar que os textos apresentados nos jornais não apresentam fonte alguma. O Novo Horizonte traz um texto oscilante em vários momentos, que tem mais características de conto do que de notícia.
Ambas as notícias não trazem nenhum esclarecimento sobre a lei que foi implantada pela Procuradoria Geral do Município, no dia 8 de setembro de 2010, passando a vigorar desde a data de publicação. Esta lei fala que a Administração Pública Municipal destinará espaços adequados e próprios para a prática da brincadeira de empinar pipas e papagaios de papel. Não seria interessante para os jornais investigar se esses locais existem? O porquê da lei não estar funcionando, sendo que ela foi aprovada? A fim de responder esses questionamentos, para um assunto que a cada dia mais está em pauta em Parintins, os jornais deveriam ter dado mais atenção ao fato. E vale chamar atenção de que o culpado desses acidentes não é o papagaio de papel, mas sim o cerol.


Yasmin Cardoso

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Elogio à desinformação




            Na edição nº 891 da semana de 06 a 12 de agosto de 2011, o jornal Novo Horizonte publicou como uma de suas matérias de capa uma notícia com o título “Juiz pede indenização contra dez acusados de crime de exploração sexual”.
            No primeiro parágrafo, segundo Aldemir Dantas, o valor da indenização deve vir, além da forma individual, também coletivamente para as vítimas.
            Mas o que acontece no segundo parágrafo é somente uma explicação superficial sobre o valor coletivo, no qual o autor diz que este será encaminhado para instituições que cuidam de menores envolvidos em casos de exploração sexual. Digo superficial porque o autor não deixa explícito o valor real estimado que será investido nesta indenização coletiva, e muito menos na individual.
            Já no terceiro parágrafo trata-se somente do alerta do juiz, que pede que as demais vítimas também denunciem seus agressores. E o quarto e último parágrafo trata-se somente da explicação do juiz sobre o assunto, explicando o que é o crime e qual a intenção do órgão trabalhista.
            Em análise geral, o que chama a atenção é que a narrativa não condiz de forma integral com o que está explícito no título. O texto falha no sentido da ausência de informações que deveriam estar mais detalhadas, como o valor da indenização às vítimas de exploração sexual e como será feito esse processo, a partir de qual período, etc.
            Enfim, mais uma vez faltou uma apuração mais detalhada das informações expostas ao público leitor. Este tem o direito de obter informações de forma mais clara, para que tenha condição de entender os fatos do modo mais simples possível.

Hanne Caldas

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Jornal assassino

Na edição de 3 de agosto de 2011, o jornal Manaus Hoje, que circula em Parintins também, cometeu um assassinato na capa do jornal, veja abaixo:


Ao tentar organizar suas manchetes das notícias de capa, o jornal acabou por trazer uma pérola com significativo destaque. Basta ver normalmente a capa do jornal, que o leitor acabará dando-se conta da seguinte manchete: “Alfredo Nascimento leva 14 tiros no almoço.”. Com isso o jornal mata o ex-ministro Alfredo Nascimento e mostra-se inepto às regras básicas de diagramação, processo de organização de informação textual e gráfica do jornal impresso. Na verdade, a informação correta está logo abaixo da manchete, que cita a execução de Carlos Eduardo Mendes da Costa (e não do ministro denunciado por corrupção).
Apesar da tentativa de diferenciar as manchetes, pondo cores e tamanhos diferentes nas chamadas, ocorrem três erros básicos: A tentativa de diferenciação por tamanho e cor, tipografia, é falha, pois esse tipo de diferenciação serve também para dar destaque a certas informações, que no caso pode ter sido o nome do ex-ministro, que realmente precisaria de destaque se a informação fosse verídica.
Outra falha nesse tipo de artifício é que ao colocar o fundo em preto o contraste lógico é o branco, renovando o conceito do destaque acima. Ainda sobre o fundo em preto, pode-se observar que todas as notícias da página aparecem em um quadro separado e com cor diferente, esse quadro é o único que traz duas notícias, o que destaca ainda mais o erro.
Apesar das informações acima parecerem muito técnicas, você leitor pode tentar observar os jornais e outros meios de comunicação para observar como o projeto gráfico induz o leitor no caminho de leitura e do entendimento de uma página, por isso destacamos aqui o grotesco erro, algo simples de perceber. 

Helder Mourão