quinta-feira, 21 de julho de 2011

Cadê a postura profissional?

            A edição do dia 16 de julho, sábado, do jornal Plantão Popular publicou como uma de suas matérias principais a história de uma senhora que foi agredida por um homem no centro da cidade. O título foi “Desconhecido agride autônoma a golpes de garrafa no centro”.
            O que chama atenção na matéria é a foto da senhora que foi atingida. O jornal mostra bem de perto o lado direito do rosto da vítima, que sofreu golpes de garrafa do desconhecido.
            O interessante a ser observado e analisado é que a imagem desperta nossa atenção imediata e provoca impacto nas pessoas. Mas fica difícil encontrar um sentido jornalístico para esta imagem, pois o que fica perceptível é um sensacionalismo estampado para impressionar o público e espetacularizar a vítima.
            Outro fator também relacionado à imagem é a legenda, que não traz nada mais do que já está explícito na imagem. “A legenda deve compreender as informações circunstanciais que de resto são parte da notícia, como nomes, locais e etc” (GURAN. 1991, p.53).
            Como na maioria das notícias apresentadas neste jornal, a matéria apresenta somente uma única fonte: a fala da própria vítima. O repórter, ou melhor, o fotógrafo do jornal que fez esta notícia, certamente não foi devidamente orientado para buscar uma boa apuração. Ele poderia ter entrevistado a amiga que acompanhava a vítima.
            Outro fator observado é a citação da sigla BO sem especificar que ela significa Boletim de Ocorrência na linguagem policial.
            A notícia, além de mostrar uma imagem inadequada onde expõe a vítima, é também escrita por um fotógrafo. Este, pelo que se pode perceber, não foi orientado corretamente para apurar e detalhar o fato, pois só mostra o lado da vítima, no qual poderia também procurar questionar quem era o desconhecido e relatar se era um alcoólatra ou um doente mental, como diz a senhora que foi agredida.
            Enfim, o que se percebe é o aproveitamento que se faz sobre a desregulamentação do diploma de jornalismo. Desse modo, o fotógrafo é dois em um, tira a foto e ainda faz a notícia. Será que podemos confiar?

Hanne Caldas

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Opinião com informações superficiais!



A edição do dia 12 de julho, terça-feira, do jornal Plantão Popular publicou uma folha especial denominada “Consciência Política”. Neste suplemento, uma das matérias principais trata do concurso público que haverá na Câmara Municipal de Parintins (CMP), decorrente do Projeto de Reorganização Administrativa. O título do texto foi “Reforma política e administrativa na Câmara”.
A matéria traz uma imagem do ambiente interno da CMP, aparentemente em sessão, mas não dá para saber ao certo, pois a imagem não contém legenda, o que seria essencial para o entendimento do leitor.
Em análise do texto da narrativa, percebe-se que a notícia mais parece um discurso politiqueiro. Isso é perceptível já no primeiro parágrafo, pois em vez de sintetizar a informação sobre o que se trata a narrativa ao leitor, o autor não faz mais do que um discurso tendencioso de um assessor de imprensa (profissional que é especialista em determinado assunto, que auxilia alguém em cargo de decisão). E no segundo parágrafo também não é diferente.
Somente a partir do terceiro parágrafo é que o autor, apesar de muitas adjetivações - o que também foge das regras do que se caracteriza notícia - começa a apresentar as informações que interessam ao leitor, ou melhor, os setores que irão ter reforma, a quantidade de vagas no concurso e também o aumento de vereadores que entrarão para a CMP nas próximas eleições.
Mesmo apresentando essas informações, o autor cita que o edital para o concurso público está no site da CMP, mas em nenhum momento mostra o endereço eletrônico para o leitor. Outro fator que não fica claro são os cargos que serão ocupados, pois só é enumerado que eles vão de assistente jurídico da mesa diretora a motorista. Ou seja, já não se sabe como acessar o site da CMP e depois ainda não são esclarecidos os possíveis cargos. Pura falta de compromisso com o público.
Há também no último parágrafo a citação da sigla CPI’s, mas sem a explicação de seu significado. Comissão Parlamentar de Inquérito é uma investigação conduzida pelo Poder Legislativo no qual se forma uma comissão para ouvir depoimentos e tomar informações diretamente, quase sempre de reclamo do povo.
Enfim, o que era pra ser uma notícia, ou seja, o relato de informações para um leitor ter conhecimento do fato, parece ser mais um discurso de opinião misturado com pouca informação, tudo camuflado em uma matéria jornalística.

Hanne Caldas

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sempre visto de cima

Na edição n° 124, de 9 de junho de 2011, o jornal Plantão Popular mostrou que algo muito comum ainda acontece bastante nos veículos de comunicação Parintinense: as notícias vistas de cima.
É o caso da matéria “Sempa anuncia feira permanente”, em que o secretário da pasta de Produção e Abastecimento Lucivaldo Pereira vai realizar o sonho dos moradores do bairro União ao instalar uma feira permanente no bairro.
Já que a feira é tão sonhada pelos moradores do bairro, por que  eles não aparecem na notícia? Pelo menos o presidente do Bairro deveria ter tido voz no texto, para explicar qual a real necessidade dos moradores, e não a citação de alguém no mínimo suspeito para falar bem de uma ação do poder publico. Segundo a notícia, o pedido da feira foi feito por moradores do bairro que trabalham com produtos hortifrutigranjeiros, afinal, onde está a voz desses moradores?

E a lixeira?
Aproveitando o momento, o secretario diz ainda que o local reservado para a feira é, atualmente, uma lixeira usada pelos moradores. Se a lixeira sai de um lugar, tem que ir para outro... É preciso ter o maior cuidado com esse elemento, pois a cidade já esta cansada desse “papo de lixeira” que atormenta os moradores!
Helder Mourão

domingo, 3 de julho de 2011

“Eu leio o PLANTÃO”


A edição do dia 14 de junho de 2011, terça-feira, do jornal Plantão Popular traz a matéria “Presidente recebe ‘PLANTÃO POPULAR”. O texto descreve a satisfação que foi para o Presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador João Simões, receber o exemplar do jornal “PLANTÃO POPULAR”.
 No primeiro parágrafo Simões agradece a notícia publicada sobre o curso de capacitação e o processo seletivo para estagiários do curso de Direito, realizado pelo TJAM em Parintins.
No segundo, é destacada a importância do veículo de comunicação na cidade. É apresentada, então, uma fala da fonte elogiando o informativo: “Um jornal preocupado com a cultura, a educação, a saúde, o patrimônio público, é um importante aliado do público. A cidade de Parintins só tem a ganhar com esse veículo de comunicação”. A matéria dispõe de uma imagem do desembargador com a legenda “Desembargador lê o PLANTÃO”.
Que tipo de relevância pode ter ao leitor saber quem lê o informativo? O interesse no assunto cabe somente aos idealizadores do jornal. É preciso pensar no valor-notícia. A matéria ocupou um espaço significativo na página. A importância de promover o jornal pareceu ser uma pauta mais relevante do que informar a população sobre fatos reais e dessa forma contribuir para a formação do público-leitor, um dos papeis fundamentais desse profissional de comunicação.
 
Karine Nunes (estreando no Lacrima)