quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Corrompendo a realidade dos fatos

               Em notícia publicada na edição de nº 854, dias 20 a 26 de novembro, o jornal Novo Horizonte abordou como um dos temas de capa “Reféns da violência”, estando esse expresso em letras vermelhas e em negrito buscando atrair a atenção do leitor, sendo que o título não apresenta nenhuma ação (verbo), o que caracteriza opinião.
               O texto da matéria faz apresentação do fato como “nariz de cera”, ou seja, expõe um texto prolixo, fala, fala e não diz nada que evidencie o fato. Começa fazendo enumeração dos fatos de crimes, que supostamente acontecem demasiadamente em Parintins, o que na realidade não é generalizado como foi apresentado.
               Ao longo da matéria somente são apresentados personagens que relatam diversos problemas sobre a violência nos bairros do município, tornando-se matéria de denúncia, pois notícia é a denúncia com fundamento. Cabe lembrar, segundo Mário Erbolato que, notícia deve ser recente, inédita, verdadeira, objetiva e de interesse público, e que só se considera completa quando ela proporciona ao leitor a ideia exata e minunciosa sobre um acontecimento, ou mesmo previsão do que vai ocorrer. Vale ressaltar que um dos personagens apresentados faz referência à denúncia que fez ao Ministério Público, mas a equipe NH não se preocupa em apresentar detalhes das autoridades do município, como Polícia Militar, Delegacias e/ou Ministério Público.
               O texto não relata o fato, mas sim denúncias, o que implica em uma apresentação aprofundada do fato a partir de vários testemunhos com somente um único ponto de vista. Ou seja, o texto ficou entre a reportagem e a notícia, mas não atingiu de fato nenhum dos objetivos, dificultando assim o modo interpretativo do relato.

E ela está em todas!

               A imagem publicada sobre a notícia pelo NH na capa é uma foto da ilha vista de cima que não continua com a mesma proporção quando acompanha a notícia no corpo do jornal, pois expõe a mesma imagem, só que em tamanho maior, até mesmo quando comparada à foto principal da edição. A legenda “Parintins vista de cima” só demonstra o óbvio do que está estampado, não fazendo nenhuma ligação com o texto. Vale ressaltar que essa mesma foto vem sendo utilizada em diversos temas, não conseguindo contemplar as devidas técnicas jornalísticas.

Hanne Assimen

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