terça-feira, 23 de novembro de 2010

Monólogo das vítimas



           A edição de 08 de novembro do Jornal da Alvorada na TV apresentou uma carta, que fora enviada à câmara municipal de Parintins, e depois uma entrevista com a pessoa que a remeteu, para levar à tona novamente a questão da rede de pedofilia e do caso do vereador João Pontes, o João Bacú.
           A mãe de uma das vítimas da rede de pedofilia enviou uma carta à câmara com o objetivo de saber por que João Bacú ainda não fora cassado, e também o motivo de os processos contra ele não terem sido julgados, bem como esclarecimentos sobre o fato das investigações em cima da rede de pedofilia estarem lentas.
A entrevistada disse que sua filha, vítima da rede de pedofilia e do vereador João Bacú, passou dois anos jogada às drogas e a prostituição, e que precisa crer que a justiça ainda possa ser feita. Contudo, o vereador ainda não foi cassado.
De fato a idéia de mostrar a carta e a entrevista serve como agendamento do tema em questão, que precisa chegar ao conhecimento do público e, mais ainda, precisa ser de fato apurado. O problema principal da notícia foi a falta de polifonia, ou seja, mais vozes a respeito do tema, já que esta baseou-se apenas na carta e na entrevistada, sem que a Câmara ou a Justiça dessem seu parecer sobre o assunto, ou mesmo sem apresentar qualquer informação sobre o trâmite da cassação e dos processos que João Bacú responde, ou seja, tudo foi baseado em informações de uma única pessoa, sem apresentar a contrapartida dos criticados.
Não houve qualquer informação sobre a cassação, os processos, ou o vereador, os únicos sujeitos da notícia foram a entrevistada e sua filha citada, que tiveram seu crédito ao serem atendidas pela mídia, mas que não foram respeitadas ao não receberem as informações que pediram. O público telespectador também ficou esperando as informações, mas recebeu apenas o monólogo da vítima e de sua mãe.

Helder Ronan de Souza Mourão

Nenhum comentário:

Postar um comentário